Entenda o que são alimentos ultraprocessados

As formas de produzir alimentos passaram por várias modificações ao longo da história. Durante muito tempo, as maneiras de cultivo com base na agricultura familiar e na diversidade de plantio foram as predominantes. 

No entanto, com o avanço da industrialização, o quesito comida também foi afetado. A produção de alimentos em larga escala se tornou regra e o resultado está na mesa da maioria das pessoas. Por isso, explicaremos neste texto o que são alimentos ultraprocessados e como eles impactam nosso dia a dia e nossa saúde.

O que são alimentos ultraprocessados?

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, os alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por várias técnicas de processamento, nas quais são incluídos ingredientes como açúcares, gorduras, sal e substâncias de uso industrial. 

A manufatura busca alterar as propriedades naturais desses alimentos, aumentando sua duração e acrescentando texturas, aromas e sabores a eles. Muitos dos ingredientes utilizados nesse processo são sintetizados em laboratório e derivam de materiais como petróleo e carvão.  

Alguns dos exemplos de alimentos ultraprocessados são refrigerantes, sopas e misturas para bolos em pó, temperos industrializados, biscoitos recheados e salgadinhos. 

Esses itens têm baixo valor nutricional e as formas como são produzidos trazem prejuízos sociais e ambientais. 

Para saber se um alimento é ultraprocessado, é possível verificar a lista de ingredientes em seu rótulo. Se houver nomes pouco usuais de substâncias ou, então, se a lista for muito extensa, são grandes as chances de ter passado por muitas etapas de processamento. 

Qual a diferença entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados?

Existem basicamente três formas nas quais os alimentos são encontrados. Elas variam de acordo com o nível de processamento pelo qual a comida foi exposta.

Os alimentos in natura são os que estão em sua forma mais inalterada, ou seja, como foram obtidos da natureza. São exemplos: frutas, legumes, verduras, grãos, oleaginosas, carnes, ovos e água. 

Ainda nesse primeiro grupo estão inclusos os alimentos minimamente processados, que passaram por etapas de limpeza, fracionamento, secagem, esterilização e refrigeração.    

Já os alimentos processados, conforme o Guia Alimentar para a População Brasileira, são os combinados com ingredientes como sal, açúcar e óleo, a fim de estender sua durabilidade. 

Vegetais em conserva de vinagre, carnes salgadas, frutas em calda, geleias, peixes enlatados, pães e queijos são alguns exemplos desse tipo de processamento.

Por sua vez, os ultraprocessados, como dito acima, são alimentos que passam por tecnologias exclusivas da indústria durante a sua produção. Os aditivos inseridos nessas comidas normalmente se diferem muito dos que são usuais nas preparações culinárias.  

Além dos já citados, são ultraprocessados os alimentos congelados prontos para consumo, cereais açucarados, embutidos como a salsicha, alguns sorvetes, bebidas lácteas aromatizadas e itens de panificação feitos com substâncias industriais.   

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Quais são os malefícios dos alimentos ultraprocessados?

Além das consequências próprias do processo de produção industrial, como a predominância das monoculturas no campo e outros problemas ambientais, os ultraprocessados podem causar muitos malefícios à saúde.

Segundo estudo organizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo, o consumo desses alimentos está associado ao desenvolvimento de doenças, como obesidade, câncer, depressão e problemas cardiovasculares.

Isso ocorre porque os ultraprocessados têm propriedades nutricionais desbalanceadas, com quantidades expressivas de sódio, gorduras e açúcares; contribuem para um consumo maior de calorias, já que muitas vezes não geram sensação de saciedade; e dispõem por si só de alta densidade calórica. 

O grande estímulo ao consumo desses alimentos, por meio da publicidade ostensiva, também é outro problema. Os ultraprocessados são apresentados como irresistíveis nas propagandas, por isso podem afetar negativamente a construção de hábitos alimentares. 

Além disso, a facilidade de encontrar ultraprocessados faz com eles sejam utilizados, muitas vezes, para substituir refeições e alimentos mais saudáveis, como frutas e verduras. 

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Outro ponto importante é a falta de atenção ao comer os alimentos ultraprocessados. Muitos deles são fabricados para serem consumidos de forma despretensiosa e isso afeta diretamente a percepção do organismo em relação à quantidade de comida ingerida.

Sob o aspecto ambiental, também há perdas. Vários desses alimentos têm como base plantas cultivadas com o uso de agrotóxicos e esse tipo de produção chega a afetar inclusive os alimentos in natura. Além disso, o grande volume de água utilizado nesses processos e na indústria em um modo geral é outro malefício.  

Como ter uma alimentação mais natural

Uma alimentação com presença majoritária de alimentos in natura e dos processados é fundamental para evitar o desenvolvimento de doenças, além de contribuir positivamente para as questões sociais e ambientais. 

Para diminuir o consumo dos alimentos excessivamente processados, é preciso voltar ao natural. 

Os vegetais frescos são uma ótima alternativa nesse sentido. Frutas e legumes podem ser preparados de forma prática e ajudam a compor refeições completas e nutritivas. 

Os alimentos processados, como os queijos e os pães, também são boas pedidas para ajudar a montar os pratos e lanches do dia a dia, além de não serem comidas que prejudicam a saúde a longo prazo.

Outra boa dica para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados é planejar bem as refeições. Assim, é possível diminuir imprevistos na hora de cozinhar, além de elaborar os preparos priorizando o equilíbrio nutricional.

Entender como os alimentos ultraprocessados são produzidos e a forma como influenciam os hábitos alimentares e a saúde dos indivíduos é muito importante para conquistar uma dieta mais balanceada e nutritiva. 

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